10 de março de 2014

Há coisas ás quais não consigo dar voz

Há coisas, ás quais não consigo dar voz. Ou melhor, conseguir até consigo, depende da pessoa.

A MINHA MÃE .... , a minha mãe é a minha melhor amiga (e não me venham agora com teorias actuais que as mães não devem ou não podem ser melhores amigas, porque o é, nem sempre o foi, talvez por falta de tempo dela, não que eu não quisesse, mas à medida que fui crescendo fui compreendendo muitas coisas e talvez ela também e assim nos tornámos melhores amigas).

Dizia eu...

Há coisas, ás quais não consigo dar voz, falando com a minha mãe.

Sei como vai correr a conversa, ela vai tentar animar-me, vai dizer-me quão burra e estúpida sou (e com razão), mas as lágrimas vão-me escorrer pela cara abaixo, a voz vai começar a sair embargada e a soluçar.

Vai-me perguntar "porque choras tontinha? se estou cá é para ajudar, as coisas são como são!", ou "tens de dar tempo ao tempo", "acalma-te", "vai correr tudo bem".

Quando tenho esta espécie de conversa com ela, volto a ser criança, criança mimada no colo da sua mãe, sedenta de amparo, de mimo, de um cafuné e tu MÃE, TU sabes fazê-lo tão bem (mas caramba custa tanto voltar a ser criança!).

Hoje sei que vou ter uma conversa dessas com ela (já estou num pranto só de imaginar), posso até rever esta conversa mil vezes na minha cabeça, mas no final tudo se resume a isto.

Há coisas, ás quais não consigo dar voz (a não ser na minha cabeça e na minha escrita).

imagem retirada da net




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