Partiste há alguns anos atrás... essa terrível doença levou-te de mim... os cigarros levaram-te de mim...
(MEU DEUS COMO ODEIO OS CIGARROS, O SEU CHEIRO POR CAUSA DISSO!)
Foste e fiquei a pensar "E agora? com quem vou falar com o olhar, com quem falo no silêncio de um olhar?".
Fazes-me falta sabes?
Não tinhas o dom da palavra, não eras de muitas conversas... mas eras de gestos, de mimos, de colo.
Ainda me lembro de quando chegavas a casa e te ias sentar no TEU sofá, ninguém ousava lá se sentar se estivesses em casa, eu própria lá me sentia feliz (no teu sofá quando tu não estavas), mimada no TEU sofá .. mas quando chegavas eu saía, sabia que era o TEU sofá...
Depois chamavas-me (não com palavras), batias na perna em jeito de dizer "Senta aqui no colo do avô".
És o único avô que sempre conheci (avô homem, avô de estragar a neta, dar mimos).
Ainda me lembro de chegar triste e te pedir para me comprares uma rifa para algo que estava a sortear na escola (não tinha vendido rifa nenhuma, sempre fui tímida nessa altura, não era capaz de as vender) e tu compras-te, não me compras-te uma rifa, não duas ... compraste-me a caderneta inteira... só para me fazer feliz, só para fazeres este olhar (então ingénuo) FELIZ!
Já me recriminei muito por não ter ido ao teu funeral, por não ter estado lá presente... mas sabes... foi melhor assim, não quero uma imagem de ti deitado num caixão, ali quieto, imóvel.
Sempre foste de bailaricos, de energia ... o Super Homem, o MEU Super Homem!
Vi-te em vida, uma semana antes dessa malvada te levar ... ainda me lembro da surpresa de me veres ali no hospital, vinda de tão longe .. só por ti. Prometes-te-me que me irias visitar ao norte, conhecer a minha casa e eu prometi levar o meu marido até tua casa. Cumpri a minha promessa lá o levei a conhecer o nosso alentejo e lá o levo vezes sem conta.
Quero acreditar que cumpriste a tua promessa, no dia em fostes, neste dia, ao final da tarde, estava um dia lindo e solarengo .. fui caminhar no bosque, levei o meu cão, o marido e lá fomos ... vislumbrei algo que nunca mais na vida encontrei ... num rochedo deleneado pela natureza, vi o por do sol mais lindo da minha vida! Foi mágico!!
Quando cheguei a casa tinha a noticia... faleceras minutos antes...
Quero acreditar que eras tu que estavas lá, naquele por do sol, naquele momento mágico que me farto de procurar, mas que nunca mais encontrei (nem os rochedos consigo encontrar, já lá fui vezes sem conta e não encontro sequer o local) ... cumpriste a tua promessa!
Hoje tenho um filho, dei-lhe o teu nome como seu segundo nome, quero que saiba quem foste, quero que o ADN desse nome seja alegre, mágico, de energia, de Super Homem ... Quis o destino que ele tivesse o teu mágico olhar.
Agora é com ele que falo no silêncio de um olhar!!
A Ti, meu Avô
(MEU DEUS COMO ODEIO OS CIGARROS, O SEU CHEIRO POR CAUSA DISSO!)
Foste e fiquei a pensar "E agora? com quem vou falar com o olhar, com quem falo no silêncio de um olhar?".
Fazes-me falta sabes?
Não tinhas o dom da palavra, não eras de muitas conversas... mas eras de gestos, de mimos, de colo.
Ainda me lembro de quando chegavas a casa e te ias sentar no TEU sofá, ninguém ousava lá se sentar se estivesses em casa, eu própria lá me sentia feliz (no teu sofá quando tu não estavas), mimada no TEU sofá .. mas quando chegavas eu saía, sabia que era o TEU sofá...
Depois chamavas-me (não com palavras), batias na perna em jeito de dizer "Senta aqui no colo do avô".
És o único avô que sempre conheci (avô homem, avô de estragar a neta, dar mimos).
Ainda me lembro de chegar triste e te pedir para me comprares uma rifa para algo que estava a sortear na escola (não tinha vendido rifa nenhuma, sempre fui tímida nessa altura, não era capaz de as vender) e tu compras-te, não me compras-te uma rifa, não duas ... compraste-me a caderneta inteira... só para me fazer feliz, só para fazeres este olhar (então ingénuo) FELIZ!
Já me recriminei muito por não ter ido ao teu funeral, por não ter estado lá presente... mas sabes... foi melhor assim, não quero uma imagem de ti deitado num caixão, ali quieto, imóvel.
Sempre foste de bailaricos, de energia ... o Super Homem, o MEU Super Homem!
Vi-te em vida, uma semana antes dessa malvada te levar ... ainda me lembro da surpresa de me veres ali no hospital, vinda de tão longe .. só por ti. Prometes-te-me que me irias visitar ao norte, conhecer a minha casa e eu prometi levar o meu marido até tua casa. Cumpri a minha promessa lá o levei a conhecer o nosso alentejo e lá o levo vezes sem conta.
Quero acreditar que cumpriste a tua promessa, no dia em fostes, neste dia, ao final da tarde, estava um dia lindo e solarengo .. fui caminhar no bosque, levei o meu cão, o marido e lá fomos ... vislumbrei algo que nunca mais na vida encontrei ... num rochedo deleneado pela natureza, vi o por do sol mais lindo da minha vida! Foi mágico!!
Quando cheguei a casa tinha a noticia... faleceras minutos antes...
Quero acreditar que eras tu que estavas lá, naquele por do sol, naquele momento mágico que me farto de procurar, mas que nunca mais encontrei (nem os rochedos consigo encontrar, já lá fui vezes sem conta e não encontro sequer o local) ... cumpriste a tua promessa!
Hoje tenho um filho, dei-lhe o teu nome como seu segundo nome, quero que saiba quem foste, quero que o ADN desse nome seja alegre, mágico, de energia, de Super Homem ... Quis o destino que ele tivesse o teu mágico olhar.
Agora é com ele que falo no silêncio de um olhar!!
A Ti, meu Avô
As pessoas só nos deixam efectivamente quando as esquecemos...
ResponderEliminarCertamente que o teu avô estará presente na tua vida...
Força, nestes dias é apenas o que podemos deixar...